quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Osteopatia para crianças



Em Osteopatia o conceito sobre a doença diz-nos que a sua origem parte de um conjunto de influências condicionadoras de posteriores perturbações funcionais, sendo que o organismo reage com uma compensação. Caso o organismo não consiga manter a compensação ele desenvolverá uma nova perturbação funcional. Neste quadro clínico passamos a assistir a uma nova tentativa compensatória, ou seja, desenvolve-se uma perturbação estrutural e é nesta fase, o mais tardar, que se manifestará a doença.

Pelo exposto, sobressai na Osteopatia direccionada para as crianças o seu carácter de tratamento essencialmente preventivo, já que o corpo ainda se apresenta na fase de perturbação funcional e compensatória.


O tratamento Osteopático da criança começa na gravidez da futura mãe.

O feto no decurso do seu desenvolvimento vai adquirindo peso e vai ocupando mais espaço no ventre empurrando os órgãos. A mãe intuitivamente procurará compensar estas alterações adquirindo uma nova postura compensatória. Os órgãos que se encontram apensos através de ligamentos à coluna vertebral e à bacia, ao serem afastados, manifestarão as indisposições e, ou vómitos, com o aumento do peso podem surgir as dores nas costas.
Se existem antes da gravidez perturbações funcionais, da zona lombar e pélvica (zona que possui um sistema muito complexo de vasos sanguíneos e linfáticos), pode inclusive dificultar o sustento e a nutrição da criança.

As perturbações funcionais e estruturais na criança podem ter a sua origem numa gravidez complicada:
- Um útero pequeno dificulta o desenvolvimento normal, principalmente das extremidades. No caso de gémeos é idêntico pois existe menos espaço.
- A criança ao virar-se precocemente apoia a cabecinha na bacia da mãe, originando as assimetrias da parte superior (occipital) do crânio
- A alimentação, o fumar e o stress têm mostrado influência relevante no desenvolvimento do feto. O stress e uma alimentação deficiente trazem consequências, tais como, a diabetes, a hipertensão arterial e as doenças cardíacas, ou, a falta de iodo até á 12 semana da gravidez traz perturbações da inteligência.
Entre outros.


O nascimento

Quando a manutenção nutritiva da mãe já não é suficiente, o bébé começa a ter o que se pode chamar “fome”, ou seja, a necessidade de vitaminas, de açúcar e de oxigénio. É esta necessidade que vai despoletar uma alteração hormonal que, por sua vez, provocará as contracções e dores do trabalho de parto.
*Algumas indicações para a Osteopatia Pediátrica


Qualquer diagnóstico deve considerar a criança na sua totalidade. As doenças mencionadas requerem a observação específicas das zonas mencionadas:

Alergias – alguns pontos específicos do crânio (cabeça e rosto); as vértebras superiores do tórax.

Asma – ver tórax e crânio.

Astigmatismo ou, problemas nos olhos – ver crânio.

Atraso do andar – ver bacia e crânio.

Bronquite – ver vértebras da cervical, esterno, as primeiras vértebras do tórax.

Ranger de dentes – ver crânio.

Canal lacrimal entupido – ver crânio.

Eczema – ver crânio, vértebras cervicais, primeiras vértebras torácicas, diafragmas pélvico, abdominal e torácico.

Enurese (incontinência nocturna) – ver problemas psicológicos ou emocionais (consultar paralelamente o psicólogo) disfunção do osso ilíaco, o sacro, vértebras lombares, crânio.

Febre – ver as vértebras cervicais e vértebras superiores do tórax, crânio.

Distúrbios da audição – ver crânio, maxila, zona cervical.

Distúrbios do equilíbrio – crânio.

Problemas de garganta, nariz e ouvidos – ver primeiras vértebras torácicas, crânio e rosto.

Displasia da anca – ver disfunções interósseas do ilíaco, vértebras lombares.

Hérnia inguinal – ver anca, vértebras torácicas, cervicais e crânio.

Cólicas intestinais – ver vértebras torácicas.

Dores de cabeça – ver se há trauma. Em caso de trauma ver as vértebras cervicais e as vértebras superiores do tórax.

Atraso do gatinhar ou o passar para outra fase sem passar pelo gatinhar – ver a pélvis, a anca e a zona lombar.

Escoliose – ver a anca, a pélvis, o crânio.

Dislexia – ver crânio

Dificuldade de aprendizagem – ver as primeiras vértebras torácicas, as vértebras cervicais e o crânio.

Prisão de ventre – ver a pélvis, a anca, o sacro, o abdómen, o crânio.

Distúrbios do sono – ver os diversos diafragmas, a tensão das membranas cranianas.

Dificuldade em engolir ou falar – ver nervos cranianos.

Disfunções do tórax – ver o esterno, o sacro e o crânio.

Extremidades inferiores – ver o crânio e a zona lombar.

Distúrbios do comportamento – ver o crânio.

Distúrbios do crescimento – ver o crânio e o esterno.

Dedos dos pés sobrepostos – ver as membranas e o sistema fascial (tecidos que cobrem e que separam estruturas).


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Desta forma espero contribuir para uma melhor informação sobre os aspectos inibidores de um bom desenvolvimento cognitivo, emocional e físico das nossas crianças.



* Citados de: “Die kraniosakrale Osteopathie bei Kindern” Nicette Sergueef

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